25 novembro 2006

Modelo da dupla via (Coltheart et al.)

Este é um diagrama do modelo neurocognitivo do sistema de processamento da linguagem, elaborado consoante aquilo que foi leccionado pela Dra. Inês Gomes, professora de Neurolinguística da UFP e com base nas referências abaixo citadas. A preto está representada a via lexical, a roxo a via fonológica ou não-lexical e a verde a sub-via lexical. (Não consegui pôr a imagem maior!!)



O modelo em cascata de dupla via, para o reconhecimento de palavras e para a leitura em voz alta, descreve a teoria actual mais abrangente sobre o conjunto de processos mentais que as pessoas usam para a leitura e escrita, de acordo com Max Coltheart, um dos seus autores (na foto). Também oferece explicações sobre os diferentes padrões de perturbações após uma lesão cerebral.

Para se compreender como as pessoas lêem e escrevem, precisamos saber exactamente quais são as diferentes competências e como elas interagem umas com as outras, fazendo uma analogia com um programa de computador.
Bom estudo!
Sempre ficam a conhecer a cara do senhor...

Referências:
Kay, J.; Lesser, R. & Coltheart, M. (1992). Psycholinguist assessment of language processing in aphasia. Hove, UK: Lawrence Erlbaum Associates.
http://www.esi-topics.com/nhp/comments/september-02-MaxColtheart.html

16 novembro 2006

Quem vê caras...

12 novembro 2006

Como redigir uma carta de apresentação

O curriculum vitae deve ir acompanhado de uma carta de apresentação, cujos objectivos são: comunicar a candidatura, informar do envio do curriculum e solicitar a realização de uma entrevista. Todos os dados aqui apresentados são fictícios e apenas se pretende dar algumas indicações de elaboração. Redija a sua carta de forma pessoal e original. Tente usar uma frase de abertura menos banal e que se destaque das demais (inclusive das dos exemplos aqui dados!).

Características da carta:
- Breve – 2 ou 3 parágrafos, com a extensão máxima de uma página.
- Formal – recorrer às fórmulas de tratamento, apresentação e despedida adequadas.
- Frases curtas e simples, evitando linguagem pomposa e exagerada.
- Correcta – sem erros ortográficos ou gramaticais.
- Se possível, dirigida ao Departamento de Recursos Humanos ou ao responsável pelo recrutamento.
- Impressa em computador, excepto se houver um pedido expresso de que seja manuscrita.
- Não ser fotocópia, pois deve estar assinada.
- Não mencionar a sua inexperiência nem o ordenado pretendido.
- Pode ainda explicar brevemente porque se candidata e o que o atrai no local/função.

Estrutura da carta – em cada parágrafo expor uma das ideias principais:
Introdução: identificação do anúncio a que responde e do posto de trabalho a que se candidata.
Referência ao envio do curriculum vitae em anexo e eventualmente fazer sobressair algum dos seus aspectos.
Solicitação de entrevista.

Exemplos:
Maria Fontinha
Rua e Cidade
Exmo(a). Senhor(a) Fulaninho
Clínica XPTO
Rua e Cidade

Data

Exmo(a). Senhor(a),

Em referência/resposta ao anúncio publicado no (nome do jornal / site da internet), no dia .…, venho apresentar a minha candidatura para o cargo de terapeuta da fala.

Gostaria de apresentar a minha candidatura para a função de terapeuta da fala.

Sou licenciada em Terapêutica da Fala e em anexo envio o meu curriculum vitae que apresenta a minha formação escolar e a experiência que adquiri no(s) estágio(s) de aprendizagem que efectuei.

Dada a minha formação em Terapêutica da Fala, assim como a experiência profissional adquirida, considero ter o perfil/aptidão necessário(a) para desempenhar a função em causa.

Aguardo a oportunidade de prestar mais informações numa possível entrevista.

Estou à disposição para qualquer informação que considerem necessária.

Na expectativa de um próximo contacto, apresento os meus melhores cumprimentos.


Sem outro assunto de momento, subscrevo-me,

Atentamente,
(facultativo)

Referências: 1) ww.dsj.raa.pt/emprego/cartapres.html; 2) ww.dsj.raa.pt/emprego/candexp.html; 3) expressoemprego.clix.pt/scripts/indexpage.asp?headingID=2282

Realizado por: Eva Antunes

10 novembro 2006

Político Gago no programa do Jô Soares

Claudinho, o Político Gago

Muito bom!!
Dedicado a: Sara, Sandra, Rita, Daniela, Catarina e Wânia, que tentaram mostrar este vídeo na aula e não conseguiram.

09 novembro 2006

Como elaborar um Curriculum Vitae


O curriculum vitae (CV) é uma descrição do perfil pessoal e profissional. Deve ser um inventário conciso da experiência, formação e das competências pessoais referentes ao emprego. O objectivo do CV é despertar o interesse e deve pedir-se a outra pessoa para o ler, de forma a confirmar a clareza e a lógica do mesmo.

Não há uma maneira única de se fazer um CV! No entanto, há alguns princípios e sugestões importantes a considerar. “Não se deve contar a história da nossa vida no currículo, que deverá ter até duas páginas. Para recém-licenciados basta uma, pois não têm ainda experiência profissional.”, resume Manuel Arroja, administrador da Michael Paige, empresa de selecção e executive search (cit.in Expressoemprego.pt).

O CV deve:
- Ser coerente e lógico.
- Estar bem organizado – agrupado por temáticas claras.
- Ser sucinto – mais do que 2 páginas torná-lo-á cansativo.
- Conter apenas os elementos relevantes e suficientes para despertar a atenção.
- Começar pelo mais actual, com ordenação cronológica coerente.
- Dar prioridade à informação face ao que pretende fazer.
- Estar moldado ao emprego para o qual se candidata.
- Ter frases curtas e simples.
- Evidenciar as suas competências e preferências.
- Ser sincero – as mentiras podem ter consequências negativas.

O CV não deve:
- Ter uma página de rosto.
- Conter erros ortográficos.
- Estar manchado, dobrado nos cantos ou vincado.

Aparência gráfica:
- Impressão em papel branco.
- Disposição original e personalizada.
- Espaços em branco entre as secções/temáticas para ser mais legível.
- Sem variação exagerada de estilos gráficos (negritos, itálicos, letras diferentes).

Estrutura do CV:
- Identificação/Dados pessoais (nome, morada, telefone, e-mail, data de nascimento, nacionalidade, estado civil)
- Habilitações académicas (curso, instituição, datas)
- Formação profissional/complementar
- Experiência profissional (função, empresa, datas)
- Competências pessoais (conhecimentos de informática, de línguas e qual domínio, etc.)
- Informações adicionais (disponibilidade, carta de condução, viatura própria, etc.)
- Actividades extra-curriculares (passatempos relevantes, actividades académicas e associativas)

É recomendável que o CV seja pessoal e individualizado, no entanto, um modelo europeu está disponível em europass.cedefop.europa.eu/img/dynamic/c1344/type.FileContent.file/CVTemplate_pt_PT.doc e pode ser preenchido seguindo as instruções e os exemplos que são dados.

REFERÊNCIAS:
1) expressoemprego.clix.pt/scripts/Actueeldisplay-article.asp? ID=1593&artCount=1&startPos=1&artsLoaded=1
2) expressoemprego.clix.pt/scripts/indexpage.asp?headingID=2281
3) ww.europass.cedefop.europa.eu
4) ww.bes.pt/sitebes/cms.aspx?srv=1100&skin=1&miid=5819 (imagem)

Realizado por: Eva Antunes

05 novembro 2006

Arma secreta

Tenho uma arma secreta
ao serviço das nações.
Não tem carga nem espoleta
mas dispara em linha recta
mais longe que os foguetões.
Não é Júpiter, nem Thor,
nem Snark ou outros que tais.
É coisa muito melhor
que todo o vasto teor
dos Cabos Canaverais.
A potência destinada
às rotações da turbina
não vem da nafta queimada,
nem é de água oxigenada
nem de ergóis de furalina.
Erecta, na torre erguida,
em alerta permanente,
espera o sinal de partida.
Podia chamar-se VIDA.
Chama-se AMOR, simplesmente.

de António Gedeão in "Máquina de Fogo"


Diga-nos: qual é a sua arma secreta?

03 novembro 2006

Criptofasia


É a relação muito próxima entre os gémeos que sustenta a possibilidade de uma linguagem secreta/automática – criptofasia – que permite a sua auto-suficiência e pode ser tida como uma fase antecedente à aquisição da linguagem social. O termo secreto é explicado pela ininteligibilidade do seu discurso aos outros. Nesta linguagem estão incluídos sons, palavras e sintaxe diferentes da utilizada pelos adultos, condicionante que atrasa de forma significativa a utilização da linguagem sociabilizada. Esta linguagem é utilizada entre eles e no seu próprio mundo, não sendo empregue para, ou quando um adulto está presente. A comunicação entre os gémeos e os adultos desenrolar-se-ia com uma linguagem social, ao passo que a sua linguagem idiossincrática ficaria só para os dois, isto leva-nos a pensar num caso especial de bilinguismo.

Por outro lado, a linguagem secreta pode ser considerada como uma forma precoce de desenvolvimento da comunicação, que pode permanecer ou ser alcançado mais tardiamente nos gémeos, especialmente quando a interacção com adultos está protelada. Segundo Savic (cit.in Mogford, 2002, 121) a interacção com os adultos cria “(…) a motivação e a oportunidade para as crianças modificarem o seu sistema na direcção das formas adultas.”.

Características do desenvolvimento da linguagem:
- Atraso de cerca de 25 meses, no início da fala;
- Iniciam a conversação e respondem menos aos seus pais, o que é recíproco. Daqui ressalta a premissa de que “(…) a estimulação materna prediz o desenvolvimento linguístico.” (p. 112);
- Construção frásica imatura, vocabulário reduzido e enorme imaturidade, com défice acentuada na fonologia;
- Linguagem expressiva com pobre conteúdo conceptual.

Esta diferença é mais notória no período pré-escolar, todavia à medida que vão crescendo os seus enunciados vão se tornando mais próximos dos das outras crianças, facto que não se observa quando o ambiente é desfavorável, permanecendo alterados alguns aspectos da linguagem, especialmente a articulação e o vocabulário expressivo. Existem vários estudos que apoiam este atraso moderado no desenvolvimento da linguagem. As principais causas para este atraso estão relacionadas com factores biológicos e sociais, decorrente da necessidade de dividir as atenções e os recursos disponíveis.

Como experiência clínica gostaria de ressaltar a presença e o desafio de tratar estes casos. A criptofasia cria a oportunidade de os gémeos se sentirem independentes e construírem um mundo só seu, no qual ninguém é capaz de entrar, apenas algumas pessoas mais próximas, por exemplo, irmãos. Tentar mostrar-lhes a importância e incutir a utilização de uma linguagem comum à restante comunidade linguística onde se encontram inseridos é um verdadeiro desafio, que nos faz mergulhar numa imensidão de questões sobre o desenvolvimento da linguagem e nos desperta o “bichinho” por querer saber mais e fazer melhor.

Referência:
Mogford, K. (2002). Desenvolvimento da linguagem em gémeos. In: Bishop & Mogford. Desenvolvimento da linguagem em circunstâncias excepcionais. Rio de Janeiro, Revinter. pp. 99-122.


Realizado por:
DANIELA DE OLIVEIRA VIEIRA (aluna finalista do curso de TF na UFP)