Doença de Alzheimer II
- Assegurar que temos a atenção do doente antes de falar.
- Usar o toque e o contacto físico para transmitir conforto e para chamar a atenção.
- Manter o contacto ocular.
- Usar expressão corporal e facial.
- Usar frases simples e curtas.
- Evitar palavras com duplo sentido.
- Reformular quando o doente não entende (em vez de repetir).
- Dar uma informação de cada vez.
- Diminuir a velocidade da fala.
- Conversar sobre o presente.
- Colocar questões abertas.
- Espera estruturada – dar tempo para a elaboração da frase.
- Minimizar ruídos competitivos.
- Estabelecer uma rotina.
- Incentivar o uso de agendas e blocos de apontamentos.
- Relacionar o nome com o objecto.
- Usar fotos de família para conversas sobre o passado.
- Mostrar respeito pelo doente e não ser paternalista.
- Colocar-se no lugar do outro e tentar imaginar a sua realidade.
Com a evolução da demência, há um aumento da confusão entre factos e fantasia, mas deve-se evitar confrontar o doente com as suas contradições, tentando arranjar formas de “dar a volta” à situação – por exemplo, se dizem “A minha mãe está à minha espera.”, pode-se responder “A sua mãe costumava esperar por si, não era?” (Alzheimer’s Society, 2005).
Nos doentes de Alzheimer com dificuldades de deglutição são geralmente utilizadas técnicas de aumento da sensibilidade oral e, segundo Logemann (1998), os procedimentos envolvem um estímulo sensitivo preliminar ao início da tentativa de deglutição e incluem: 1) aumentar a pressão com a colher contra a língua, ao apresentar os alimentos na cavidade oral; 2) fornecer alimentos azedos/amargos; 3) dar alimentos frios; 4) oferecer alimentos que necessitem de mastigação; 5) preparar volumes maiores (3 ml ou mais); 6) estimulação térmico-táctil (4 ou 5 massagens verticais no arco palatino anterior, com um instrumento gelado, previamente à apresentação dos alimentos). Demonstrou-se que esta última técnica facilita o desencadear mais rápido da fase faríngea logo após a estimulação e reduz o atraso durante várias deglutições posteriores (Lazzara cit.in Logemann, 1998).
Nestas doenças progressivas, é importante o terapeuta da fala saber identificar o ponto a partir do qual a intervenção já não traz benefícios para o doente, ou porque perdeu o controlo neuromotor de forma irreversível ou devido a défices cognitivos graves (Logemann, 1998).