27 janeiro 2007

Surdez: sinais de alerta

Família – a primeira a suspeitar de surdez, por observação da criança:
Em crianças muito pequenas:
- Nos primeiros 4 meses de vida: ausência de reacções aos sons; sensibilidade exagerada às vibrações; sono demasiado calmo; comportamento diferente do usual – a criança é muito quieta, dorme muito e em qualquer ambiente, não se assusta com sons intensos;
- Entre os 4 e os 12 meses: mantém os sintomas anteriores; palrar não melódico; utiliza uma comunicação gestual;
- Dos 12 aos 24 meses: ausência de palavras articuladas; desatenta a tudo o que está fora do seu campo visual; emissões vocais descontroladas – gritos; instalação de uma linguagem gestual progressiva;
- Aos 24 meses: início das perturbações do comportamento; dificuldades na motricidade fina;
Em crianças mais velhas:
- Não desenvolvem linguagem ou têm grandes dificuldades para aprender a falar.
Na escola
– as crianças com surdez severa, profunda ou total são geralmente identificadas cedo. As crianças com surdez ligeira ou moderada tendem mais a ser negligenciadas. As seguintes características devem ser encaradas como sinais de alerta:
- Crianças com comportamento que se assemelha a outros distúrbios como a deficiência mental ou problemas comportamentais;
- Olhar inexpressivo – podem não compreender o que está a ser dito;
- Bloqueio de comunicação – criança muito envolvida com a sua própria ansiedade;
- Queixas de dores de ouvido, desconforto, assobios, zumbidos, resfriados e dores de garganta frequentes;
- A criança aumenta o volume do rádio, TV, ou encosta o ouvido ao altifalante para ouvir melhor;
- O aluno pede frequentemente para repetir o que acabou de ser dito – têm o hábito de dizer “anh?”;
- A criança não responde ou é desatenta quando se fala com ela, são por vezes rotuladas de “criadores de conflito”;
- O aluno recusa em participar em actividades orais na aula.
Na consulta de terapia da fala
– verificar se na anamnese existem factores de risco ou referências da professora e da família; observar externamente o ouvido; duvidar (sempre!) mesmo que os pais digam que a criança ouve bem; presença de erros articulatórios, como: omissões de sons consonânticos, por exemplo das sibilantes – perda de altas-frequências; confusões fonéticas quanto à sonorização – surdez de transmissão; disortografia.

Referência:
Pinho e Melo, A. (1986). Aspectos médicos e audiológicos. In: Pinho e Melo, A. et al. A criança deficiente auditiva situação educativa em Portugal. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian. pp. 45-103.
REALIZADO POR: DANIELA DE OLIVEIRA VIEIRA (aluna finalista de TF na UFP)

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Interessante.

Mas nem sempre está certo, o que foram escrito e dito por centenas de especialistas.

Olham apenas para um paciente, e no fundo é apenas um Ser humano!
Tentativas e revoltas, haverão sempre.

Beijo.

28/1/07 3:29 da tarde  
Blogger Eva Antunes said...

Memorex, concordo plenamente. Não podemos nunca generalizar e ignorar a história de vida e a individualidade de cada um. Aprendemos sintomas e sinais, mas só somos bons profissionais de saúde quando virmos pessoas.

28/1/07 5:23 da tarde  

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